quinta-feira, 17 de julho de 2014

O amor pela Dança


O DESAFIO DE CHEGAR ATÉ O FINAL: Começar é 

fácil, continuar que é difícil



O nome Fim sempre causa um sentimento diferente em nós, seja bom ou ruim. Entretanto, o fim a que venho falar é um grande final ou Gran Finale, como notamos nos filmes ou no teatro, melhor ainda venho proferir que o nosso lugar é o Céu, este é o nosso desafio irmão, nossa meta. Sendo assim, precisamos chegar até o final, precisamos buscar perseverantes, o Céu. Sabemos começar é fácil, contudo, continuar é o difícil. Por que será que isso acontece?
Lembro-me com um terno carinho de uma missão que o Senhor confiou ao Ministério das Artes do Grupo de Oração Vida Nova, poderia ser apenas mais uma missão, porém aquela missão era única. Com muito cuidado Deus preparou tudo, recebemos mais ou menos um mês antes a notícia que serviríamos o Senhor através das Artes no Encontro Estadual de Jovens, tudo perecia muito fácil.
Todavia, em um primeiro momento pensei dentro de mim, é um encontro grande, será que posso, o medo logo assombrou-me, até que veio ao meu coração: tu és minha filha amada, esqueceu? Faço-te minha missionária, vou ter levar onde as pessoas necessitam de mim, onde falta a esperança, onde tudo é triste. Mas, pera aí está é um trecho de uma canção, reconhecem? O nome da música é Alma Missionária, esta música me fez perceber que é preciso chegar até o fim.
 Adiantando o passo, começamos a ensaiar, nos dedicar, pensar no figurino, como seria a coreografia, a peça, a escolha da música, todavia, o Senhor estava preparando algo que a nossa humanidade jamais poderia imaginar. Passou-se um mês, nossa como passou rápido, entre ensaios à tarde nem vimos que o dia se aproximou tão apressadamente.
Fomos tomos juntos para Aracaju, chegamos já era noite, não sabíamos muito bem em que local aconteceria o encontro, como tudo estava programado, onde dormiríamos, quando preocupação? Porém, aquele encontro era um sonho de Deus, e não precisávamos nos preocupar. Seguimos, o encontro foi realizado no Colégio Coesi, com uma ótima estrutura, o encontro aconteceu em um final de semana.
Começou, participamos de tudo e logo ficamos sabendo que nos apresentaríamos no último dia. No entanto, algo aconteceu, uma das meninas da dança machucou-se, e falou – não irei mais dançar- vou desistir, vocês irão dançar sem mim- todas começamos a disser a ela que precisávamos dela, e que o Senhor queria que ela fosse seu instrumento de evangelização na dança, porém, ela já estava decidida. Entretanto, havíamos esquecido um grande detalhe, Deus tudo pode Transformar, e Ele o fez, nos últimos instantes ela disse - eu vou dançar com vocês, mesmo que seja difícil, vamos ir até o final.


Realmente irmãos, Deus realizou um milagre na vida da nossa irmã, e levamos seu amor, alegria e esperança através da Dança, mas, Ele nos ensinou muito mais, quando tudo parece ser difícil, é preciso confiar, ter a coragem, por isso jovem, CORAGEM, é preciso ir até o final, você que pensa que sua missão acabou, que não deve mais servir no grupo, no ministério que está, fica pensando, tem que deixar os mais novos tomarem a frente, me desculpe irmão, você está enganado, sabe por quê? Por que Deus te quer por perto, o seu lugar é o Céu, por isso, é preciso se levantar e andar, é preciso chegar até o fim, pois, SOMOS FILHOS DE DEUS, NÃO DESISTIMOS NUNCA! Deus abençoe você!


Edla Monteiro

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Testemunhos e Ensinamentos

A alegria de servir a Deus nas artes

Amados irmãos, muitas vezes nos perguntamos como podemos servir a esse Deus maravilhoso. A resposta é simples, mas, nem sempre conseguimos assimilar com facilidade os preceitos de Jesus em nossas vidas para a realização do serviço ao Senhor. Pois, nosso humano, é muito limitado e precisamos nos preparar, refletir e clamar a presença do Divino Espírito Santo para que faça através de nós. E assim, Jesus em sua misericórdia sempre clareia todos os nossos pensamentos. 
Para servir a casa do Senhor, precisamos introduzir em nossos corações a vontade de mudar, e de mostrar a pessoa de Cristo através de nosso serviço. Deus age na simplicidade e muitas vezes a simplicidade pode está em uma música a exemplo de: 



"A começar em mim
Quebra corações
Pra que sejamos todos um
Como tu és em nós
Onde há frieza
Que haja amor
Onde há ódio o perdão
Para que o teu corpo
Cresça assim
Rumo a perfeição"




Ao refletirmos sobre essa pequenina música em forma de oração, nossos corações podem perceber o quanto é belo e fortificante o significado dela, e como algo tão simples pode nos trazer alegria. Lembremos que no serviço a casa do Pai, precisamos nos deixar levar pelo dom da Fortaleza. O mesmo, nos torna perseverante, fortalece a nossa fé e nos torna corajosos para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia da vida cristã. Confiemos que os que estiverem dotados desse dom não se amedrontam diante de ameaças e perseguições, pois confiam incondicionalmente no Pai.

Diz-nos o Senhor através das escrituras: “Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio vai lançar alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante algum tempo. Sê fiel até a morte, e te darei a coroa da vida” (Ap 2,10).

Servir a cristo não é ter a vida perfeita,  mas, saber enfrentar todas as dificuldades sabendo que existe algo Maior, um Deus que nos sustenta e nos leva a verdadeira felicidade.  Caríssimo, precisamos mostrar a alegria do Senhor ao servirmos, pois, como bem diz o ditado:

 "O coração é meu, mas meu rosto é do outro!"





Precisamos oferecer às pessoas aquilo que queremos receber.

“Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei vós a eles”(Mat 7.12)

Foi o que Jesus nos ensinou, é a regra de ouro ensinada por nosso Mestre!
“Deus não pode fazer absolutamente nada com as nossas obras se antes Ele não possuir o nosso coração” (Padre Dehon, fundador da Congregação do Sagrado Coração de Jesus). 
O Evangelho que anunciamos precisa ser, antes de qualquer coisa, um remédio para a nossa alma. Precisamos entender que a chave para a felicidade está dentro de nós mesmos, e para se servir a cristo, principalmente nas artes, onde evangelizamos através do corpo é necessário transparecer a alegria do amor de Deus com sinceridade.

Maxwell Dos Santos Ferreira

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A Essência da Dança: O Espírito Santo de Deus

A Dança Sacra vem crescendo e evoluindo muito nos últimos anos. E se antes o nível técnico não era nem percebido, hoje temos grupos que desempenham trabalhos com muita unção e qualidade e outros que levam a técnica de maneira excessivamente prioritária, deixando a essência de lado, que é evangelizar passando uma mensagem de amor e fé.





Com o surgimento de novos grupos de Dança Sacra, conseqüentemente se sentiu a necessidade desta evolução, com a contribuição também de bailarinos profissionais que começaram a se inserir neste meio. Tudo é respectivamente novo, estamos aprendendo e com certeza com as formações, retiros e encontros específicos que começam a surgir para este novo artista, pouco a pouco teremos um equilíbrio e quem sabe uma hegemonia nos trabalhos artísticos.

Mais ao mesmo tempo que se focar apenas em técnica não acrescenta para a nossa arte, pensar apenas na mensagem, também não trará o resultado esperado por muito tempo. Até porque cada um tem sua auto-crítica, buscando sempre melhorar. A dança é a única arte que não necessita de ferramenta alguma para existir, apenas com o seu próprio corpo ela acontece. Então para que descaracterizar a dança com muito teatro, elementos cênicos exagerados, trabalhar apenas as letras de músicas que “já dizem tudo”. 


Se a sua intenção é de um coração humilde, com certeza aos poucos o Senhor mesmo te capacitará. Mais se você continua cego, achando que sua mensagem sim é compreendida, fique atento: nós estamos criando expectadores de vários níveis e precisamos alcançar aqueles que já possuem uma visão artística crítica! Um ponto que anda derrubando muitos trabalhos da evangelização é também a música. Não é qualquer música católica ou cristã, que pode ser usada numa dança. 


Precisamos avaliar a composição, a musicalidade e se realmente é uma boa música. Porque assim como é exigido de nós, um trabalho bem executado, nós precisamos começar a mostrar aos nossos músicos, que a dança precisa de boas músicas! Veja que nossa revolução e evolução contribuirá para toda a arte sacra. Assim vemos outro extremo: grupos que só enxergam a letra da música. E se te derem uma música instrumental, você não vai conseguir evangelizar? Há danças belíssimas feitas apenas com um som: a da próprio coração. 


Busque uma vida de verdadeiro ministeriado, sendo adorador de Nosso Senhor. Aprofunde-se na temática da sua coreografia. Viva, experimente e testemunhe a mensagem! Seja criativo! Seja inspirador, contribuindo para que a arte sacra expresse a beleza e que o público que prestigia sinta-se tocado e veja a diferença de um trabalho exercido com talento e um trabalho exercido com dom! 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Testemunho que nos fala sobre Deus

E no terceiro dia Ele .....

A frase acima nem precisa ser terminada, pois já sabemos a resposta de prontidão. “Ressuscitou” gritamos o mais alto que podemos, mas por que Ele deveria ter ressuscitado por um povo que o levou a morte de cruz?
Por infinitas vezes em minha caminhada escutei as seguintes frases: “Foi por você” ou “Morreu por nossos pecados” ou “Morreu para te salvar”. Tenho certeza que vocês também, mas o que eu precisava entender que a morte Dele muito significou para a minha vida, para a minha história, mas o mais importante estava por vim.


Como basicamente tudo em nossa caminhada primeiro vem a provação para depois vir a gratificação de quem confiou, essa foi umas das primeiras provações vivenciadas pelos cristãos – a morte de Jesus, mas para quem acreditou, posteriormente veio a gratificação.
Então, tenho a consciência que Ele sofreu e desvaneceu em uma cruz por meus pecados, mas o que me chama atenção é que mesmo depois te ter sofrido por causa de mim, Deus decidiu ressuscitar novamente para ficar comigo. Resumindo fica assim, morreu por mim e ressuscitou para voltar para perto de mim, pense que sou importante.
Amigos, isso que falo da ressurreição de Cristo é necessário que tenha algum sentido em nossas vidas, em meio a essa ocasião nos dividimos em dois tipos de servos: Os que tem a consciência que Ele morreu por nós (passado) ou os que reconhecem a sua morte, mas tem a certeza que está ressuscitado para ficar novamente conosco (presente).
Quando estamos na primeira fase a do “passado”:
·         Aceitamos o pecado, pois Ele morreu para nos redimir: Então peco porque já está perdoado;
·         Ficamos presos a erros passados, quer dizer não evoluímos ou amadurecemos a nossa fé;
·         E o pior de todos, nos acomodamos com tudo: Se está em tempestade a nossa vida, não lutamos para vencer; Se está na calmaria, deixamos a vida no levar, sem ter objetivos.
Percebamos o quanto é nocivo esse comportamento para as nossas vidas, trazendo para o nosso serviço dentro da igreja, o Católico “passado”, não busca com freqüência a confissão, sempre é questionado pelas mesmas interrogações de quando entrou na igreja (tipo: E Deus está mesmo naquela hóstia?) e ficamos acomodados nos serviços, apenas nos movimentamos quando impulsionado por alguém, ou sempre temos os antigos medos em fazer algo.
Quando temos a consciência da ressurreição de Jesus, essas ações “passadas” são renovadas no mistério de Deus, através do Batismo no Espírito Santo.
Ai amigos, nos tornamos o Católico “presente”:
·         Ele é eternamente grato pelo gesto de amor de Jesus, a se deixar ser pendurado em uma cruz;
·         Nos reinventamos no dia-a-dia, com a experiência do dinamismo do Espírito Santo, então não há serviço continuo, mas serviço renovado;
·         E principalmente, em qualquer ação nossa, temos a confiança que Ele está ao nosso lado;
Enfim, não nos acomodamos em esperar momentos em que devemos propagar as mensagens de Deus nas artes ou em outros serviços, nos mesmos criamos esses momentos para mostrar a quem ainda não reconheceu um Deus, que no terceiro dia Ele....voltou de um lugar que parecia impossível, só para ficar do meu ladinho (só amor).



Marcel Almeida
Ministro de Artes


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Formação

A CASTIDADE EM MEU SERVIÇO

Em meio a tantos afazeres, em meio a tantas provações, nós acabamos caindo, vacilando... Mas o que permanece no Cristão é a vontade de perseverar e saber que Deus está conosco em todas as circunstâncias.  O convite que o Senhor faz a cada um de nós é um reflexo da confiança que Ele tem em nós. Não tenha dúvidas de que o Senhor sabe tudo, mesmo na sua pequenez Ele te chama para servir.
Hoje vamos refletir um pouco sobre a castidade nas artes. Como dito acima, acabamos vacilando e deixando que o inimigo entre em nosso serviço por pequenas brechas. Às vezes, esta é dada por nossa falta de cuidados com o nosso corpo, por exemplo, nas danças ou nos teatros dos serviços. Por isso, lanço agora a pergunta: será que estou refletindo o Deus Pai, Filho e Espírito Santo em meu corpo?

O Catecismo da Igreja Católica diz que Cristo é o modelo da castidade. Todo batizado é chamado a levar uma vida casta, cada um segundo seu estado de vida próprio (2394). A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo (2345).
A necessidade de decidir pela castidade em nosso serviço, sobretudo em nossa vida como cristãos, nos leva a imitar a pureza de Cristo, Ele que viveu em nossa condição, com exceção do pecado. Algo que acho interessante quando vou servir ao Senhor através da dança é refletir sobre quais músicas ando escutando e cantando. Muitas vezes optamos por escutar músicas que influenciam em nossos gestos e formas de dançar, como o rebolado exagerado. Por isso te levo a refletir: quais músicas eu ando escutando? Será que Jesus estaria escutando-as?

Ser instrumento e mostrar Deus através do nosso atuar imitando-o também na pureza é de suma importância. Como posso ser casto no meu serviço no teatro? Às vezes determinados gestos que colocamos ao atuar podem não refletir o Cristo. Por isso é de suma importância estar vigilantes ao que fazemos e deixamos de fazer em nossos serviços.
Como posso buscar a castidade? Eucaristia, confissão, oração, Palavra, jejum... Poderia enumerar diversos meios pelos quais podemos buscar a santidade. Se seguirmos todos os meios que a Igreja nos propõe como cristãos estaremos fazendo a vontade de Deus e, consequentemente, vivendo a castidade. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Caminhando com o Senhor



Como a arte nos ajuda na relação com Deus

Em sua série de catequeses sobre a oração, o papa Bento XVI dá continuidade aos seus ensinamentos falando sobre a relação da arte e a elevação à Deus.


Queridos irmãos e irmãs:

Neste período, recordei muitas vezes a necessidade que todo cristão tem de encontrar tempo para Deus, através da oração, em meio às muitas ocupações da nossa jornada. O próprio Senhor nos oferece muitas oportunidades para que nos lembremos d'Ele. Hoje eu gostaria de falar brevemente de um desses meios que podem nos conduzir a Deus e ser também uma ajuda para encontrar-nos com Ele: é o caminho das expressões artísticas, parte dessa via pulchritudinis – “via da beleza” – da qual falei tantas vezes e que o homem deveria recuperar em seu significado mais profundo.



Talvez já tenha lhes acontecido que, diante de uma escultura, um quadro, alguns versos de poesia ou uma peça musical, tenham sentido uma íntima emoção, uma sensação de alegria; percebem claramente que, diante de vocês, não existe somente matéria, um pedaço de mármore ou de bronze, uma tela pintada, um conjunto de letras ou um cúmulo de sons, e sim algo maior, algo que nos “fala”, capaz de tocar o coração, de comunicar uma mensagem, de elevar a alma. Uma obra de arte é fruto da capacidade criativa do ser humano, que se interroga diante da realidade visível, que tenta descobrir o sentido profundo e comunicá-lo através da linguagem das formas, das cores, dos sons. A arte é capaz de expressar e tornar visível a necessidade do homem de ir além do que se vê, manifesta a sede e a busca do infinito. Inclusive é como uma porta aberta ao infinito, a uma beleza e uma verdade que vão além do cotidiano. E uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, conduzindo-nos ao alto.

Há expressões artísticas que são verdadeiros caminhos rumo a Deus, a Beleza suprema, que inclusive são uma ajuda para crescer na relação com Ele, na oração. Trata-se das obras que nascem da fé e que a expressam. Um exemplo disso é quando visitamos uma catedral gótica: sentimo-nos cativados pelas linhas verticais que se elevam até o céu e que atraem nosso olhar e nosso espírito, enquanto, ao mesmo tempo, nos sentimos pequenos ou também desejosos de plenitude... Ou quando entramos em uma igreja românica: sentimo-nos convidados de forma espontânea ao recolhimento e à oração. Percebemos que nesses esplêndidos edifícios se recolhe a fé de gerações. Ou também quando escutamos uma peça de música sacra que faz vibrar as cordas do nosso coração, nossa alma se dilata e se sente impelida a dirigir-se a Deus. Vem-me à memória um concerto de música de Johann Sebastian Bach, em Munique, dirigido por Leonard Bernstein. No final da última peça, uma das Cantatas, senti, não racionalizando, mas no profundo do coração, que o que eu havia escutado havia me transmitido verdade, verdade do sumo compositor que me conduzia a dar graças a Deus. Ao meu lado estava o bispo luterano de Munique e espontaneamente lhe comentei: “Ouvindo isso se entende: é verdadeira, é verdadeira a fé tão forte e a beleza que expressa irresistivelmente a presença da verdade de Deus”.

Quantas vezes quadros ou afrescos, frutos da fé do artista, com suas formas, com suas cores, com suas luzes, nos conduzem a dirigir o pensamento a Deus e fazem crescer em nós o desejo de acudir à fonte de toda beleza! É profundamente certo o que escreveu um grande artista, Marc Chagall: que os pintores mergulharam seus pincéis, durante séculos, no alfabeto de cores que é a Bíblia. Quantas vezes as expressões artísticas podem ser oportunidades para lembrarmos de Deus, para ajudar nossa oração ou para converter o nosso coração! Paul Claudel, famoso poeta, dramaturgo e diplomata francês, ao escutar o canto do Magnificat durante a Missa de Natal na basílica de Notre Dame, em Paris, em 1886, advertiu a presença de Deus. Não havia entrado na igreja por motivos de fé, mas para encontrar argumentos contra os cristãos. No entanto, a graça de Deus agiu no seu coração.

Queridos amigos, eu lhes convido a redescobrir a importância deste caminho também para a oração, para a nossa relação viva com Deus. As cidades e os países do mundo inteiro contêm tesouros de arte que expressam a fé e nos recordam a relação com Deus. Que a visita a lugares de arte não seja somente ocasião de enriquecimento cultural, mas que possa se tornar um momento de graça, de estímulo para reforçar nosso vínculo e nosso diálogo com o Senhor, para deter-nos a contemplar – na transição da simples realidade exterior à realidade mais profunda que expressa – o raio de beleza que nos atinge, que quase nos “fere” e que nos convida a elevar-nos até Deus. Termino com uma oração de um salmo, o salmo 27: “Uma só coisa pedi ao Senhor, só isto desejo: poder morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida; poder gozar da suavidade do Senhor e contemplar seu santuário” (v.4). Esperemos que o Senhor nos ajude a contemplar sua beleza, seja na natureza ou nas obras de arte, para sermos tocados pela luz do seu rosto e, assim, podermos ser, também nós, uma luz para o nosso próximo.

Obrigado.



No final da audiência, Bento XVI saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:

Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos. Procurem descobrir na arte religiosa um estímulo para reforçar a sua união e o seu diálogo com o Senhor, através da contemplação da beleza que nos convida a elevar o nosso íntimo para Deus. E que Ele os abençoe. Obrigado!


Autor: RCC BRASIL

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Formação


O CARÁTER DO ARTISTA


O caráter de uma pessoa determina seu modo de agir e pensar, como estamos falando de arte isso influência em até seu modo de atuar.
Considero que ele é uma dos pontos-chaves de um relacionamento, tanto vertical (Eu e Deus) como horizontal (Eu e Você), pois iremos trabalhar com esta base.
“O que mais importa é quem você escolha agradar.” Lembro desta frase do livro “O Doador dos Sonhos” de Bruce Wilkinson, onde Comum, dono da trama, recebe um sonho do Doador dos Sonhos e vai atrás deixando sua Zona de Conforto, ele luta com Gigantes, encontra Guerreiros, Fé e muitos outros personagens que provam o seu caráter e o seu coração, em um determinado momento ele chega a perder seu o foco, mas pelo seu caráter ele se arrepende e volta a percorrer não só seu sonho, mas o próprio Doador dos Sonhos (recomendo esta leitura).
Nosso caráter não sofre as influências pelo meio em que é submetido, pois o ser humano demonstra sua pessoal característica desde os primeiros dias, quiçá ainda enquanto dentro do ventre materno. O caráter é inerente do próprio espírito, e os moldes de educação, adaptação às diferentes condições e fases da vida humana apenas levam o ser às escolhas que deve fazer obedecendo elas a esse princípio primeiro.
Caráter é a soma de hábitos, virtude e vícios, o caráter faz ver além, as consequências dos atos de hoje, e não pode ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido.

Mas então porque estamos falando de caráter se ele não pode sofrer alterações?
Ambos, a cultura e o estilo de vida, são transformados, adquiridos e estudados e podem ser esquecidos ou aprimorados. Mas o caráter faz desses todos seus caminhos. Escolher qual deles seguir e quais consequências irão advir só o caráter pode identificar, no momento que as decisões - de trabalho, amor, relações sociais, escolares, de amizade etc. - são tomadas, ou seja, influi no relacionamento.
Mas então porque estamos falando de caráter se ele não pode sofrer alterações?
Por nós mesmos ele acaba sendo imutável, mas Deus tudo pode, ele está no controle e diz na sua palavra acerca de como devemos ser, Deus diz, “Sede santos.” Ele não disse para fazermos algo para que aparentássemos santos. Ele diz, “sede” santo. Você não pode fazer a si mesmo santo da mesma forma que não pode salvar-se a si mesmo, mas quando você recebe a santidade de Deus por dentro, sua vida e conduta serão santas e agradáveis à Deus.
Traços de bom caráter não são aprendidos em um programa de dez passos ou em livros de autoajuda Eles são mais do que apenas tentar fazer o melhor. Eles vêm através do trabalho de Deus no coração.
“Acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, E à ciência temperança, e à temperança paciência, e à paciência piedade, E à piedade amor fraternal; e ao amor fraternal caridade.”
Entendo neste versículo, que não é uma sucessão de acontecimentos, mas um conjunto de qualidades particulares, que podem ser adquiridas em exercícios fundamentais de fé e oração.
Nosso caráter é algo inegável e não pode ser escondido, diferente da nossa fé que produz milagres, diferente da nossa salvação que produz frutos, o nosso caráter é algo que rege tudo isso, mas não gera algo visível.
Negar nosso caráter é se negar negligenciar o que Deus pode fazer nele é negar uma vida de santificação.
Isso não serve só para artistas, mas vemos sempre este tema ligado a esta classe, isso se deve a maior sensibilidade que o artista tem. Na verdade ele é regido emocionalmente, ultrapassando barreiras de seu caráter, e é ai onde mora o perigo.
Achamos que ao atuar, assumir uma personalidade, viver um personagem,podemos nos desligar de nós mesmos e usar a nossa “memória”
(leque de situações que nos ligam a algo), e esquecemos que nosso caráter não é mudado, então estaremos apresentando um personagem com “certas características” mas com nosso próprio caráter.
Faça essas perguntas a si mesmo:
O que você pretende ao atuar? Seu caráter te permite ser um canal de benção?
Não lute contra si mesmo para camuflar seu caráter, é muito mais fácil pedir a Deus o seu caráter.
Como artistas, o cristianismo nos exige muito, vemos em João 4.23 “ Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.”
Não deixe que o dom dado por Deus para que você o glorifique seja dominado por seu caráter e acabe perdendo valor.
Tenha uma vida de Adoração, ela é essencial e faz parte do caráter de um artista saber adorar aquilo que realmente ama.
Lembre-se: Um verdadeiro adorador influência através de seu caráter cristão. Talvez você leve uma vida inteira para ter aperfeiçoado seu caráter, mas é importante que em toda a sua vida você deseje por isso e lute por isso.
Algumas coisas a serem consideradas:

RENOVE A MENTE, ELA TRABALHA JUNTO COM SEU CARÁTER
A mente é o atributo central da alma humana. Nela se trava a batalha dos pensamentos.
Ilustração do relacionamento integral do homem com o mundo externo. Por isso:
Tenha comunhão pela oração (Fp 4. 6-8.), se encha da palavra (Rm. 12.2), aprenda com a bíblia (2Cor 10. 4 e 5) e domine a sua mente (Jo 8. 32). Precisamos ter as vontades de Deus como nossas vontades, mas Ele não coage ou força, Ele nos respeita.
Jesus é nosso exemplo (Jo. 4. 34), temos que ser sinceros (Rm.7.18) e resistir ao diabo (Tiago 4.7b).
SUGESTÕES
1- Faça uma lista de suas qualidades e defeitos (no mínimo 5 de cada) 2- Analise atitudes que você julga boas ou más.
3- Apresente a Deus. Peça forças para perdoar - PERDOE 4- Ore pedindo a Deus que seu caráter seja igual ao dele. 5- Retenha o que é bom, descarte o que não te edifica.


Autor Rafael Celestino de Souza

Diretor do Grupo de Teatro Face a Face.

Colaboração: Elton Monteiro