terça-feira, 17 de abril de 2012

ESTUDO BIBLÍCO


ESTUDO BÍBLICO
Allano Augusto
Membro GO Vida Nova, RCC

RITO FUNERÁRIO JUDAICO NO TEMPO DE JESUS

Olá amados leitores, hoje estou trazendo para vocês como estudo bíblico: “Rito funeral judaico antigo”. O motivo desse artigo é entendemos um pouco da historiografia da época de Jesus Cristo, que fascina muitos leigos, religiosos, historiadores e filósofos. Para começamos a nossa investigação histórica, iremos iniciar por todo Processo Mortuário. Vamos lá!
 Primeiramente vejamos alguns trechos bíblicos:
“levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar” (Jo 19, 39-40). “José tomou o corpo, envolveu-o num lençol branco” (Mt 27, 59). “envolveu-o num pano de linho” (Lc 23, 53). “E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário” (Jo 11, 44).
Com base nos trechos bíblicos apresentados aí, percebemos que o corpo do defunto era banhado com uma espécie de perfume (mirra) e óleo (aloés). E depois envolvido com um lençol branco de linho, e atado com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Vale ratificar que o sudário não era o lençol que envolvia o corpo, mas apenas, o rosto do defunto. No caso de Jesus, é provável que ele estivesse apenas envolvido com o lençol de linho (chamado pelos católicos de santo sudário), e atado com faixas. Agora, analisaremos os comportamentos dos judeus diante da morte de um ente-querido:
“Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada” (Mt 9, 23). “Tu (Ezequiel), porém, não darás nenhum gemido de dor, não chorarás, não deixaras tuas lagrimas correr. Suspira em silêncio, não celebres o luto habitual dos mortos; conserva o teu turbante na cabeça, põe o calçado nos pés, não cubras a tua barba, não comas o pão ordinário” (Ez 24, 16-17). “E (Jesus) aproximando-se, tocou no esquife, os que o levavam, pararam” (Lc 7, 14).
Nas passagens bíblicas aí citadas, a sentinela funerária acontecia na casa do falecido. Onde havia a participação de músicos flautistas em meio à aglomeração de pessoas que viam solenizar o luto. Outro ponto a ser observado, é o trecho da morte da esposa do profeta Ezequiel que ajuda a entender o comportamento do individuo perante a morte de um ente-querido. É claro que devemos retirar a palavra “não” do contexto profético apresentado. Vejamos como ficaria a citação perante o costume funerário da época: “Tu darás gemidos de dor, e chorarás. E celebres o luto habitual dos mortos; retirai o teu turbante na cabeça, como também, o calçado dos pés, mas cubras a tua barba, e comas o pão ordinário”. Outro ponto a ser ressaltado é a esquife (era uma espécie de maca) transporte mortuário para locomoção do falecido até o sepulcro. 
“colocou-o num sepulcro, escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido depositado” (Lc 23, 53). “Depois rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro” (Mt 27,60). “Jesus foi ao sepulcro. Era uma gruta, coberta de uma pedra. Jesus ordenou: ‘tirai a pedra’.” (Jo 11,38-39). “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos” (Mt 23, 29).
O sepulcro judaico era escavado na rocha, e era lacrado por uma grande pedra de formato circular. Outro detalhe importante era a edificação de mausoléus dos grandes celebres (reis, profetas, patriarcas, juízes, sacerdotes, etc).
“luto (em hebraico “avelut”) após a morte de um parente próximo, um judeu deve guardar um período de luto que varia em extensão e rigor, de acordo com o grau de relação com o falecido. O enlutado, avel, seja filho, pai, cônjuge ou outro parente do falecido, guarda sete dias de luto fechado, shivá, após o sepultamento. Durante esse tempo o enlutado fica em casa, sentado em uma banqueta baixa, vestindo uma roupa em que se rasgou um pedaço” (UNTERMAN, 1992, p.157).
Por fim, não devemos esquecer-nos das urnas funerárias, onde eram depositados os restos mortais de um clã (família), que foram comprovados pelos achados arqueológicos na Terra Santa.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
Bíblia Sagrada. 29ª Ed. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2001.
UNTERMAN, Alan. Dicionário Judaico de lendas e tradições: 22 ilustrações. Trad. Paulo Geiger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1992. 

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