sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ESTUDO BIBLÍCO


O CASAMENTO DE JOSÉ E MARIA

Hoje, queridos leitores quero comentar sobre o casamento judaico, nos tempos bíblicos. E vocês perceberão que o ‘SIM’ de Maria, a mãe de Jesus, não foi fácil. E vem a pergunta, por quê? Porque ser mãe sem está oficialmente casada, poderia resultar em morte por apedrejamento. Notemos o que dizia a Lei de Moisés: “(O esposo) apresentará aos anciãos da cidade... Se, porém, o fato for verídico e não se tiverem comprovado as marcas da virgindade da jovem (esposa), esta será conduzida ao limiar da casa paterna, e os habitantes de sua cidade a apedrejarão até que morra, porque cometeu uma infâmia em Israel” (Deut. 22, 15; 20-21).
Sobre o casamento de José e de Maria, temos algumas pistas de como se decorreu esse episódio. Vejamos: “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida a José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava...” (Mt 1, 18-20). O outro trecho bíblico, “Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice; e já está no sexto mês”(Lc 1,36). Por fim, “Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa” (Lc 1, 56). Diante dos fatos apresentados aí, percebemos três coisas importantes: “a gravidez de Maria”, “A viagem de Maria para casa de sua parenta” e “o desejo de José rejeitá-la secretamente”. Eu fico imaginando, o batimento dessa notícia ao seu futuro esposo, como também, aos pais dela. Não foi por acaso, que a visita de Maria a casa de Isabel, teve um objetivo essencialmente camuflado, o de evitar o “escândalo público” e “a Pena de Morte”. É claro, que a viagem de Maria teve o consentimento do seu esposo, porque ela já era propriedade dele (dote de casamento). Outro ponto a ser ressaltado, que Maria ficou hospedada na casa de Isabel durante três meses; e é provável que José pensa-se em fugir para Belém, sua terra natal. Porque, o evangelista Mateus vai registrar “o desejo rejeitá-la secretamente”. E para rejeitá-la sem causa escândalos, ele não podia mais viver em Nazaré, como também, sua esposa (Maria). Se não fosse pela intervenção Divina, Maria e seu filho (Jesus) iriam residir na casa de Zacarias e Isabel, pais de João Batista. Mas, a Graça Celestial estava com Maria, como havia dito o anjo Gabriel: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28). E Tudo leva crê, que o retorno de Maria ao vilarejo de Nazaré, foi a convite de José (esposo). Como diz as Escrituras: “Despertando, José fez com o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa” (Mt 1,24). José e Maria, não precisaram passar rito do ichud (relação sexual). Porque Maria já estava grávida de três meses. Para os costumes da época, é provável, que Maria ficou mal falada pela vizinhança, por ter engravidado antes do tempo previsto. Vale ratificar ainda, que Jesus não foi rotulado como “filho do adultério”, como demonstra essa afirmação bíblica: “Não é este o filho do carpinteiro?” (Mt 13,55). Então, o escândalo de adúltera foi evitado a Maria, mãe de Jesus.
Agora, irei abordar sobre “Acerca do Casamento Judaico”. Muitos de vocês que leram até aqui, devem está curioso como era realizado o Ato Matrimonial. Vejamos agora:

No costume judaico, o processo sobre a Lei acerca do casamento dava-se início através do “dote das virgens” (Ex 22,16-17). Onde, o pretendente dava ao pai da jovem cinqüenta siclos de prata, e ela tornava-se sua mulher (Deut. 22, 28). A partir daí, a jovem ficava na casa dos pais, como uma espécie de noivado, até o dia da cerimônia nupcial. Nessa fase, a donzela não podia quebrar aliança matrimonial, vejamos o que dizia a Lei de Moisés: “Se uma virgem se tiver casado, e um homem, encontrando-a na cidade, dormir com ela, conduzireis um e outro à porta da cidade e os apedrejareis até que morram” (Deut 22, 23).
Chegando o dia esperado, era realizada a celebração do casamento, em geral à noite, o noivo (em hebraico “chatan”) ia para casa da família da noiva (Kalá), e lá eram realizadas as bênçãos cerimoniais. O pai da noiva tomava a mão direita de sua filha, e colocava sobre a mão do noivo, e este dizia: ‘Que o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó esteja convosco, que Ele vos uma e derrame sobre vós a sua benção’. E em seguida o documento, e era redigido o Ato de Matrimônio (Tob 7, 15-16). Outro ponto a ser mencionado, que o rosto da noiva era coberto com um véu. Essa tradição milenar é citada num incidente narrado na Bíblia, quando o patriarca Jacó desposou a mulher errada porque a sua conjugue estava com rosto coberto (Gên 29, 22-25).
Como na parábola das dez virgens (Mt 25, 1-13), saia-se um cortejo levando os recém-casados suspensos em dois andores com assentos, até o lugar do banquete nupcial. Chegando ao local, o casal era deixado a sós dentro do recinto nupcial (rito ichud), pois era nesse momento que o casamento era consumado. Enquanto isso, os convidados aproveitavam o grande banquete, onde carne de boi e de carneiro eram servidos (Mt 22,4), como também, o vinho (Jo 2, 1-11). Por fim, os pais da esposa tomavam as provas da virgindade, ou seja, o lençol manchado de sangue virginal (Deut 22, 15), apresentava-o aos convidados.

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