terça-feira, 20 de março de 2012

ESTUDO BIBLÍCO


ESTUDO BÍBLICO

Allano Augusto
Membro GO Vida Nova, RCC


JESUS DIANTE DE PILATOS E HERODES

Olá queridos leitores, hoje irei aborda a situação do julgamento de Jesus, ocorrido na Sexta-Feira Santa. Espero que seja de grande utilidade para vocês leitores refletir e estudar essa passagem bíblica da vida de nosso Mestre Jesus. Vamos lá!
 


Segundo, o historiador Flávio Josefo que viveu entre (37 e 103 d.C.), escreveu: “além das duas fortalezas existentes em Jerusalém, uma no palácio real, (...) e a outra cujo nome era Antônia e que ficava próximo do Templo” (2005, p.59). Vale ratificar que Jesus de Nazaré foi julgado pelo Prefeito da Judéia Pôncio Pilatos no edifício da Fortaleza Antônia chamada nos Evangelhos de Pretório. No livro dos Atos dos Apóstolos, que narra à prisão de Paulo em Jerusalém, descreve que na entrada da Fortaleza Antônia havia uma escadaria. Vejamos o trecho bíblico: “Quando Paulo chegou às escadas, foi carregado pelos soldados, por causa do furor da multidão. O povo o seguia em massa dizendo aos gritos: A morte!” (21,35). Então, é provável que o enredo inicial do julgamento de Jesus aconteceu na escadaria da Fortaleza Antônia. Notemos a seguir:

1º ATO
Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-nos a Pilatos (Mc 15, 1). / Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, perguntou: “Que acusação trazeis contra este homem?” Responderam-lhe: “Se este não fosse malfeitor, não o teríamos  entregue a ti”. Disse então Pilatos: “Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei.” Responderam-lhe os judeus: “Não nos é permitido matar ninguém” (Jo 18, 28-31). /...e puseram-se a acusá-lo: “Temos encontrado este homem excitando o povo à revolta, proibindo pagar imposto ao imperador e dizendo-se Messias e rei” (Lc 23, 2).

Os membros do Sinédrio trazem Jesus de manhã cedo (hora primeira / 7 horas da manhã). Mas eles (acusadores) não entraram na fortaleza Antônia, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. Conforme Flavio Josefo, a Lei era bem rígida com relação à Purificação, observe esse trecho: “Antes de oferecermos os sacrifícios (Templo), a lei nos obriga a purificarmos, separando-nos por alguns dias da companhia de nossas esposas, e observando outras coisas que demoraria a serem enumeradas” (2005, p. 273). Vale lembrar também, que Jesus não foi trazido acorrentado como aborda o filme: Paixão de Cristo de Mel Gilson. Mas, como relata o Evangelho de Marcos, amarrado por cordas.

2º ATO

Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: “Eis tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?” Disse Pilatos: “Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. que fizeste?” Respondeu Jesus: “O meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.” Disse-lhe Pilatos: “Que é a verdade?...” (Jo 18, 33-38).

Vale lembrar aí, que o diálogo do prefeito Pilatos com Jesus, aconteceu dentro do recinto da fortaleza Antônia. Enquanto isto, os seus acusadores judeus ficaram do lado de fora, próximo da escadaria, esperando a sentença da Jurisprudência Romana.

3º ATO

Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes: “Não acho nele crime algum (Jo 18, 38). Mas eles insistiam fortemente: “Ele revoluciona o povo ensinando por toda a Judéia, a começar da Galiléia até aqui.” A estas palavras, Pilatos perguntou se ele era Galileu. E, quando soube que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, pois justamente naqueles dias se achava em Jerusalém. Herodes alegrou-se muito em ver Jesus, pois de longo tempo desejava vê-lo por ter ouvido falar dele muitas coisas, e esperava presenciar algum milagre operado por ele. Dirigiu-lhe muitas perguntas, mas Jesus nada respondeu. Ali estavam os príncipes dos sacerdotes e os escribas, acusando-o com violência. Herodes, com a sua guarda, tratou-o com desprezo, escarneceu dele, mandou revesti-lo de uma túnica branca (Lc 23, 5-11) A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura (Jo 19, 23). E reenviou a Pilatos. Naquele mesmo dia, Pilatos e Herodes fizeram as pazes, pois antes eram inimigos um do outro (Lc 23, 12).

Nesse trecho, Pilatos retorna para fora da fortaleza Antônia, e foi ter com os acusadores de Jesus. E a partir daí, ele descobre que o Acusado pertencia à Jurisdição de Herodes Antipas, tetrarca da Província da Galileia. O interessante aí, que Herodes se encontrava em Jerusalém, por causa da festa da Páscoa, hospedado com sua comitiva na segunda fortaleza do palácio real que foi mencionado por Flavio Josefo. Outro ponto a ser analisado, é quando tetrarca Herodes mandou revestir Jesus com uma túnica branca, vestimenta esta, que foi sorteada na cena da crucificação, que o evangelista João descreve que era uma túnica toda tecida de alto a baixo, não tinha costura.

4º ATO

Pilatos mandou então flagelar Jesus (Jo 19, 1). Os soldados do governador conduziram Jesus para o Pretório e rodearam-no com todo o pelotão. Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate. Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio: “Salve, rei dos judeus!” Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça (Mt 27, 27-30). “Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e a minha face aos que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam” (Is 50, 6).

Flagelação na Lei Judaica:

Na flagelação da Judaica, a lei permitia que o réu apanhasse 39 chibatadas com varas. Vejamos alguns trechos bíblicos referente às chibatadas:
·         “... se o culpado merecer ser açoitado, o juiz fá-lo-á deitar por terra e o fará açoitar... Não se poderá ultrapassar o número de quarenta(Deut 25, 2-3).
·          “Os magistrados mandaram arrancar-lhes as vestes para açoitá-los com varas(Atos 16,22).
·         Paulo relatou-o, dizendo: “recebi dos judeus os quarenta açoites menos um(II Cor 11,24).

Visões Místicas do Santos Católicos:

Importante frisar ainda que muitas profecias de alguns santos místicos da Igreja Católica também contribuíram para o relato do sofrimento de Jesus Cristo. Vejamos agora, alguns dessas profecias Santos Católicos:  

1.      Faustina escreveu-lhe: “Vi Nosso Senhor amarrado ao tronco e logo sobreveio a flagelação. Vi quatro homens que se revezavam a açoitar o Senhor com azorrague... Jesus se calava e olhava para o longe... Cerrava os olhos em um gemido surdo” (Diário da Santa Faustina, caderno I, 445,P. 149).
2.      O mesmo foi revelado à S. Brígida pela Santíssima Virgem: “Eu, que estava presente, vi seu corpo flagelado até as costas, de modo que eram visíveis suas costelas. E o mais doloroso era que, ao retraírem-se, os azorragues vinham com pedaços de carne” (Lib. I revel., c. 10).

Santo Sudário:

Outra importante fonte de investigação é a Impressão Tridimensional do Tecido do Santo Sudário. Quanto mais se estuda o Sudário e quanto mais pesquisa, mais se confirma a sua veracidade histórica.
·         “O Homem do Santo Sudário foi coroado de espinhos, com uma coroa feita para ser um verdadeiro suplício; como a um capacete que cobria toda nuca” (PRENEY, 1998, p. 40).
·         “O Homem do Santo Sudário apresenta um golpe sobre o nariz e o pômulo direito, afundando o primeiro e provocando um hematoma no segundo” (PRENEY, 1998, p.37).

5º ATO

Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: “Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação.” Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: “Eis o homem!” Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Falou-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o pois eu não acho nele culpa alguma.” Responderam-lhe os judeus: “Nós temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se declarou filho de Deus.” Estas palavras impressionaram Pilatos. (Jo 19, 4-8).

6º ATO

Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: “Donde és tu?” Mas Jesus não lhe respondeu. Pilatos então lhe disse: “Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder de soltar e para te crucificar?” Respondeu Jesus: “Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, que me entregou a ti tem pecado maior.” Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: “Se soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador.” (Jo 19, 9-12)

7º ATO

Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata. Pilatos disse aos judeus: “Eis o vosso rei!” Mas eles clamaram: “Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o!” Pilatos perguntou-lhes: “Hei de crucificar o vosso rei?” Os sumos sacerdotes responderam: “Não temos outro rei senão César!” (Jo 19, 13-15). Era costume que o governador soltasse um preso a pedido do povo em cada festa de Páscoa. Ora, havia naquela ocasião um prisioneiro famoso, chamado Barrábas. [Este homem fora lançado ao cárcere devido a uma revolta levantada na cidade, por causa de homicídio.] (Lc 23, 19). Que fora preso com seus cúmplices (Mc 15, 7). Pilatos dirigiu-se ao povo reunido: “Qual quereis que vos solte: Barrábas ou Jesus, que se chama Cristo?” (Ele sabia que tinham entregado Jesus por inveja.) Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: “Nada faças a esse justo. Fui hoje atormentada, por um sonho que lhe diz respeito.” Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo que pedisse a libertação de Barrábas e fizesse morrer Jesus. Governador tomou então a palavra: “Qual dos dois quereis que eu vos solte?” Responderam: “Barrábas!” Pilatos perguntou: Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo?” Todos responderam: “Seja crucificado!” O governador tornou a perguntar: “Mas que mal fez ele?” E gritaram ainda mais forte: “Seja crucificado!” Pilatos viu que nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia. Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse: “Sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá convosco!” E todo o povo respondeu: “Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!”(Mt 26, 17-25) Pilatos pronunciou então a sentença que lhes satisfazia o desejo. Soltou-lhes aquele que eles reclamavam e que havia sido lançado ao cárcere por causa do homicídio e da revolta, e entregou à vontade deles (Lc 23, 24-25). (...) tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar (Mt27, 31). Pilatos redigiu também uma inscrição (...) Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus” (...) redigida em hebraico, em latim e em grego (Jo 19, 19-20).

Aqui, o Prefeito Pilatos sentou-se no Tribunal que ficava no andar de cima da fortaleza Antônia. Enquanto isso, Jesus e Barrabás ficaram posicionados nos degraus; e a multidão permaneceu próximo da escadaria e vociferavam cada vez mais. E Pilatos dar a Sentença Judicial, redigida nestes termos penais romanos: “Jesus de Nazaré, rei dos Judeus”.

 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA SAGRADA AVE MARIA. 29ª Ed. São Paulo: editora Ave Maria, 2001.
JOSEPHUS, Flávius. Seleções Josephus/Flávius Josephus. São Paulo: Madras, 2005.
PRENEY, Julio Marvizón. O Santo Sudário. Milagrosa Falsificação? Trad. Magda Lopes. São Paulo: Mercuryo, 1998.
ZUGÍBE, Frederick T. A crucificação de Jesus. Trad. Paulo Cavalcanti. São Paulo: Idéia & Ação, 2008.
KOWALSKA, Santa M. Faustina. Diário. A Misericóridia Divina na minha alma. Trad. Mariano Kawka. Curitiba: Congregação dos Padres Marianos, 1995


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