quinta-feira, 22 de março de 2012

FORMAÇÃO

Artes Sacras e as Sagradas Alfaias

As Artes Sacras ou Artes Religiosas são manifestações artísticas, objetos que são usados na Igreja para as Celebrações Litúrgicas ou para a catequese. Elas tendem a exprimir, pelas mãos do artista, a infinita beleza de Deus, contribuindo e conduzindo o espírito do homem até Ele (SC 122). As artes trazem uma concepção teológica que tem como finalidade propiciar ao povo cristão a experiência da leveza e beleza espiritual que se manifesta como louvor a Deus. Os objetos artísticos religiosos ajudam o povo a contemplar o mistério na medida em que fazem interiorizar e sentir o religioso manifestando-se em suas vidas. A SC cuidou para que também a Arte Litúrgica, seguisse a orientação cristocêntrica do Concílio, isto é, buscou destacar que tudo deve estar em função do Cristo. A Igreja não possui um estilo próprio de arte sacra ou religiosa, mas aceitou e aceita todas, de todas as épocas, e defende que seja também cultivada a Arte do tempo presente, de todos os povos e regiões. E, toda arte que serve de instrumento, de sinal e de símbolo do sobrenatural é amada pela Igreja, que deve ter o zelo na sua escolha, optando por obras que estão de acordo com a fé, a piedade e as orientações da tradição para serem objetos dignos, decorosos e belos ao culto. (SC123). Tanto a Introdução do Missal Romano como dos Rituais Sacramentais trazem, em si, estas orientações.
Os artistas conseguem traduzir em suas obras os sentimentos e a alma do povo, por isso, a Igreja tem necessidade de novos artistas para que surjam novas manifestações de fé através da arte. No Brasil, a Arte Religiosa pode ser constatada nas construções das Igrejas, na beleza das imagens, na dança e na pintura. Atualmente, muitas Igrejas recorrem à pintura de murais em seus interiores. Especialmente as CEB’s, com os seus famosos painéis produzidos pelos Encontros Inter Eclesiais, fizeram surgir uma arte iconográfica própria, que enaltece a dimensão comunitária da fé.
Nesta perspectiva confirmam-se, na prática, as palavras que o Papa Paulo VI dirigiu aos artistas na conclusão do Concílio: Hoje como ontem, a Igreja tem necessidade de vós e volta-se para vós. E diz-vos pela nossa voz: não permitais que se rompa uma aliança, entre todas, fecunda (Paulo VI “Aos Artistas”, 1963).
Um outro tipo de arte utilizada nas Celebrações Litúrgicas são as Alfaias, ou seja, os objetos que estão a serviço da Liturgia – mais propriamente, todos os vasos sagrados e paramentos litúrgicos utilizados pelos ministros ordenados. São eles:
Cálice: é o Vaso Sagrado por excelência e está reservado para consagração do Vinho.
Patena: é um pequeno prato, de material nobre na sua parte côncava, usado para colocar a hóstia grande que será consagrada, e também para recolher os fragmentos das partículas que caíram no corporal, sobre o altar depois da comunhão.
Pala: é utilizada para cobrir o cálice durante a Santa Missa.
Corporal: Corporale = corpo, é um tecido branco quadrado que é aberto sobre o Altar e sobre ele são colocados o Cálice e a Patena.
Sanguíneo: é um tecido usado para enxugar os lábios e os dedos do Sacerdote e, também, o Cálice depois da Comunhão.
Âmbula: é o vaso utilizado para colocar as hóstias que serão consagradas durante a Missa e distribuídas aos fiéis na comunhão.
Lavabo: é formado por uma jarra e uma bacia, utilizados para o Sacerdote lavar as mãos depois das oferendas.
Manustérgio: toalha utilizada para enxugar as mãos do Sacerdote.
Galhetas: levam o vinho e a água que são utilizados na Celebração Eucarística.
Túnica: Vestimenta do Sacerdote
Estola: que representa a autoridade do Sacerdote como o Ipse Christus, o Mesmo Cristo.
Casula: Capa usada por cima da Túnica e da Estola, usada comumente nas celebrações em dias de Festas e Solenidades.
A SC determina aos Bispos que tenham cuidado em retirar da casa de Deus, e de outros lugares sagrados, as obras de artes que não sejam condizentes com a fé, os costumes e a piedade cristã. Que a construção dos Edifícios Sagrados estejam preparados para realizar as ações Litúrgicas com a participação ativa dos fiéis. Que tanto a Arte Sacra quanto as Alfaias Litúrgicas, sejam preferidas as mais simples e nobres, não necessitando ser suntuosas (SC 124). E, que as imagens nas Igrejas estejam dispostas, em número comedido e nas devidas ordens, para a veneração dos fiéis (SC 125).
Recomenda também aos Bispos, a formação dos artistas e a criação de Escolas ou Academias de Arte Sacra onde parecer oportuno; e a vigilância no que diz respeito à construção funcional e digna dos edifícios sagrados e dos altares, a nobreza, a disposição e a segurança dos Sacrários, a dignidade do Batistério, a decoração e os ornamentos, para que estejam de acordo com a reforma da Liturgia (SC 127, 128).

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