quarta-feira, 4 de maio de 2011

CAUSOS E CASOS II

O Causo da Paixão de Cristo em Riachão do Dantas

Como todos do nosso Ministério de Artes já sabem a Paixão de Cristo começou a ser apresentada no ano de 1999, no coreto da Praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, logo após o termino do sermão da sete palavras. (naquele ano era realmente sete palavras, depois com outros palestrantes virou o sermão das 7.000 palavras).
Então com o passar dos anos, graças ao nosso bom Deus, o ministérios de Artes foi crescendo em cenários, figurinos e principalmente em vontade de evangelizar através das Artes, passamos para a Casa Santa Maria, que por ser de estrutura antiga, dava aquele sentimento de passado. Realizamos lá por diversas vezes, chegando até em uma única noite ter dois espetáculos (mediante a venda de ingressos antecipados, e minha querida mãe participando mais uma vez efetivamente desta, utilizando as suas estratégicas de marketing  e persuasão, tipo assim: mulher mais eu não sei se vou poder ir, era a primeira fala, mas minha mãe astuta respondia prontamente: isso é o mínimo primeiro compre, depois a gente ver.) sem descanso com uma pequena pausa de uma para o outro, esperando apenas o povo que vinha assistir se acomodar (quem não gostava muito era a mãe de Allano “coitada desta, sempre tão ativa e sempre sofrendo como nossa paixão em todos os sentidos, depois eu conto em outro causo”, pois via seu filho sofrer por duas vezes em uma única noite, não dava tempo nem de desinchar ou desaparecer a vermelhidão das chicotadas, mãe de Allano agradeça a Deus, pois a sorte do seu  filho era que o povo não deixava Eu, Fabrício e Obderan sermos os soldados, poderia ter sequelas até hoje).
Dando continuidade, por volta do ano de 2003, um grupo teatral de Simão Dias, trouxe a sua encenação da Paixão de Cristo para lagarto, sendo esta apresentada no Parque Zezé Rocha, não poderíamos perder a oportunidade de presenciar a encenação (e rir um pouco, para descontar o que o povo fazia em nossas apresentações, pense que sentimento egoísta e mesquinho nosso, mas graças a Deus que isso é passado, mas que Eu não aquentei quando o soldado gritou depois da espadada de Pedro - “aí minha urêia”, nem tão pouco quando o soldado franzino, puxou um dos ladrões a serem crucificados ao lado de Jesus, que respondeu com um outro puxão, mas como este era mais forte que o soldado o derrubou na areia do Parque, e alguém que não vou dizer quem foi gentilmente gritou “seguraaaa! Peão!” e outro  respondeu “ Valeu ! Boi”, isso é verdade).
Por conta da apresentação no Parque de Eventos, nossa Paixão de Cristo não pôde ser encenada como de costume em nossa cidade, mas graças ao nosso bom Deus, fomos convidados para apresentá-la em Riachão do Dantas. Aceitamos o convite e nos dirigimos até o município, estávamos ansiosos, pois era a primeira vez que iriamos apresentar fora dos limites de Lagarto (pois já tínhamos apresentado no Povoado Boeiro, Lagarto/SE, que depois também eu conto em outro causo, e depois de Riachão fomos até Pedrinhas/SE, por convite de nosso querido Pe. Ednaldo, únicas localidades de apresentação de nossa encenação da Paixão.). Pensávamos que seria na Praça da Igreja Matriz, mas o Padre nos informou que seria dentro da Igreja (Como sempre Alessandra iria falar algo, tipo assim anta, “gente vamos ter que subir e descer essas escadas, é?”, mais uma vez nós (Eu, Fabrício, Obderam e José) com nossas ações passadas (frise-se) de típicos cavalheiros, tipo assim de deixar com inveja a Família Real do Reino Unido, a silenciamos com meros cascudos, dos quais sofro ainda hoje com uma dor insuportável no dedo anelar da mão direita, mas pode ter certeza ela ficou calada a noite toda sem falar nada, a não ser alguns fungados)
Nesta viagem, não apenas integrantes do Ministério foram, mas outras pessoas do Grupo, como minha querida esposa (minha namorada à época, veio dela a razão em escrever este causo) que não podia deixar de ir, Carol, dentre outras pessoas. Salvo engano a apresentação, não foi logo depois da missa, mas demorou um pouco o que fez com que tivesse poucas pessoas à assistir nossa encenação.
Tudo transcorria da melhor forma possível, Jesus, sem gaguejo Allano (só Deus em sua inexplicável misericórdia e unção pode fazer isso), Pilatos (o eterno Pilatos, Meu grande amigo Valentim), Julinho (ainda não tão gordo como hoje, mas com grandes volumes na parte peitoral). Assim seguindo o roteiro da Paixão, entra Eu (Fariseus, 100% ignorância) José (Saduceu) e se eu não me engano Rosenildo (Escriba), segurando o eterno cajado que assim como nós tem 13 anos de apresentação da Paixão, adentro na Igreja Matriz, algumas meninas da comunidade ficaram para assistir ao espetáculo (crendo, penso eu, em encontrar algum garoto bonitinho, forte,  rico, doce ilusão, nos encontraram mais ou menos bonitos, raquíticos (agora é que Obderam tá ficando gordinho) e quebrados virado na pé). Continuando adentro pelo corredor principal da Igreja, com o cajado e seguido pelos meus correlegionários, Larissa neste momento não piscava o olho, encantada até hoje por mim, junta a Carol (é a filhinha de Dr. Joaquim) e não percebeu que uma menina atrás dela também fazia o mesmo, esta garota aproveitou o momento para perguntar a Larissa - “ como é o nome deste menino que está segurando o cajado?”, Lary, estava tão vidrada que não entendeu o que a menina sentada no banco de trás lhe perguntou, mas Carol, ouvidos atentos repetiu, “Oia,  Larissa tá perguntando o nome de Marcel”. Neste momento a transfiguração aconteceu, não Larissa e Deus, mas Larissa e Pé de Pano (cavalo do Pica Pau), esta olhou com aquele olhar para a garota, tipo assim, se eu tivesse a visão de calor do Super-homem, você estaria frita neste momento (todo mundo odeia o Chris) e respondeu delicadamente e doce, “Quem aquele ali? É meu namorado, Marcel”.
A garota pensou, tenho certeza, em me denunciar por pedofilia, por conta do tamanho de Larissa, mas se conteve, apenas limitou-se em sair do local, mediante aos olhares ameaçadores vindos de minha querida esposa e Carol, Lary não quis me contar fiquei sabendo apenas por Carol ao chegar em Lagarto, mas até hoje é motivo de gozação.


Mas como em nossas histórias sempre tiramos uma lição, aprendi que só valo alguma coisa quando estou com Deus, e que este pode realizar milagres, como o narrado nesta causo, já minha esposa, aprendeu que o Senhor pode realizar maravilhas, e buscando o seu Essencial que é Deus, as outras coisas vem em acréscimo (Eu).

Por Marcel Almeida

Nenhum comentário:

Postar um comentário