CAUSOS E CASOS IV

CAUSOS E CASOS DO MINISTÉRIO DE ARTES VIDA NOVA – MAVN

Causos da Paixão de Cristo do Grupo Vida Nova

Como todos já sabem do Ministério de Artes Vida Nova realiza a encenação da Paixão de Cristo desde 1999, como é de se esperar como bons ministros que somos, não poderia faltar causos a serem contados nestes 13 anos de apresentação, este causo surge com a proposta de revelar ou/e relembrar alguns destes fatos mais ou menos integralmente veredictos.

Irei começar com a Paixão de Cristo realizada em 1999, está apresentada no coreto da Praça da Igreja Matriz, logo após a procissão da Sexta-feira da Paixão, como o público presente era incontável, a nossa apresentação era feita com o uso da técnica de dublagem.

Dublagem?!, sim gravaríamos as falas e o carro de som irá reproduzir e nós iremos fazer o movimento da boca – Afirma Allano, e este marca o ensaio para a gravação, feita na Secretária Paroquial. Imaginem se em nossos ensaios a presepada era tamanha, imagine na gravação, o caos era completo (graças a Deus, ele nos modificou e nos moldou bastante no serviço). Então no horário marcado (tá vendo gente sem atrasos), estávamos lá, difícil era cumprir o horário de término, pois enquanto Allano ficava orientando dentro do estúdio e Wesley responsável pela gravação juntamente com Julinho (Boca), os outros integrantes do ministério se dedicavam com bastante afinco em mangar, fazer caretas, dar risadas, enfim zoando aqueles que entravam para gravar as suas falas.

Demorou bastante, por conta de Allano, pois como não era ao vivo, ele gaguejava, por conta de Julinho (Boca), pois não conseguia falar as suas simples falas - “Prendam a Todos” e a do final quando o Soldado Romano reconhece em Jesus o Cristo “Este homem era realmente o filho de Deus”, por conta de todos, quando entravam duas pessoas ou mais para interagirem, pois para conter a risada era muito difícil e finalmente, por conta de Allano novamente, pois pasmem, nos fez fazer a gravação vestidos nos figurinos de apresentação, pois este afirmava que a voz ficava diferente quando estávamos vestidos com as roupas da apresentação (pense numa doidice e no calor, parece até que é irmão de Aline esse Allano, coitada mesmo é de sua mãe, pois teve que lavar tudinho depois).

Em suma gravamos até quase meia noite, e mesmo assim Julinho não conseguiu gravar suas falas, tendo que Seandro (Integrante por algumas vezes do Grupo de Oração, Ex-coroinha, amigo de José, Irmão de Sandro e de uma garota que eu não lembro o nome, que mora próximo da Casa da Mãe de José, que jogava baralho com a gente na Praça da Igreja no período da noite, de RG e CPF, quais os números por motivos de segurança não posso revelar, Já Sabem que é?, ainda não cliquem aqui para mais informações) gravar a primeira fala, e Julinho se comprometeu em gravar a segunda em sua casa, pois este dizia que não conseguia gravar com a gente (Amigos, fiquei bastante triste e indignado com esse comentário, pois sempre Eu, Fabrício, Obderan e José, nos comportamos de maneira angelical e divina, para os novatos!, podem confirmar com os mais antigos a veracidade destas informações).

Assim sendo, nos reunimos no momento da procissão, para rezar como de costume e deixar tudo pronto para a apresentação, Allano logo cobrou a Julinho a gravação de sua fala, e este afirmou veementemente que o fizera com grande maestria (depois desde dia comecei a colocar em meu vocabulário esta palavra linda citada com Julinho “veementemente”) o Padre finalizou o momento da procissão e estávamos todos prontos para iniciar o serviço, subíamos um por um no coreto de acordo com o momento da apresentação, lembro de ver Fabrício que fazia o papel de um dos apóstolos de Jesus (Allano) no momento do Santa Ceia, se engasgar com um pedaço de pão velho e duro que arrumaram de última hora para a apresentação e quase sem conseguir abrir a boca e com lagrimas nos olhos, libertado de tal agonia, por um gesto de companheirismo de nosso amigo e Coordenador Geral Obderan com um singelo tapa nas costas, no momento correto para este abrir a boca e a dublagem se encarregar do resto(para os que estavam lá embaixo vendo de frente, este momento ficou tipo assim, quando nossa amiga Anselma, rir com a boca cheia de comida, deu para entender?!).

Chegou um dos momentos mais frustrantes, a prisão de Jesus no Horta das oliveiras, Judas como de costume o traí e os Soldados se encarregam do restante (para a alegria da Mãe de Allano com tapas e pontapés, muita das vezes ensaiados exaustivamente não apenas pelos soldados, mas por todos que faziam a Paixão, treinávamos como?, de que forma?, era melhor bater em Allano, para desespero de sua querida Mãe, a qual afirmo como diria Julinho “veementemente” sofre em todas as nossas apresentações), mas logo após a traição, o Centurião (Julinho) dava a voz de comando “PRENDAM A TODOS”, mas como já citado esta fora gravada por Seandro (Lembram dele?) e como ele tinha um problema de dicção, saiu tipo assim “BLENDAM A TODOS”, neste momento era difícil segurar a risada, enquanto Allano olhava para nós com flechas de fogo em seus olhos (com o pouco conhecimento que tinha a época pensava que era “obra do Espirito Santo”, mas meu querido amigo Valentim “o eterno Pilatos” me revelou que era ódio mesmo).

Mas ainda tinha mais coisas porvir, Eu (Fariseu, a época), falava a frase hoje dita por Maxwell (sem as risadas particular deste) “que o sangue deste homem, caia sobre nós e sobre os nossos filhos”, neste momento senti uma dor imensa no coração, pensei que era por conta da profundidade da fala, mas logo percebi que a Mãe de Allano logo abaixo, balbuciava algumas palavras, tipo assim “faça isso seu fio da pé, que você vai ver”, e acreditem com as mesmas flechas de fogo vistas nos olhos de seu filho.

Tudo na medida do possível se caminhava da melhor forma, quando no momento da crucificação (sem os ladrões ao lado, pois não tínhamos tantos integrantes assim), Jesus morre e o Centurião (Julinho) imortaliza a sua frase que até hoje por medo, não a colocamos em nossos roteiros, a qual não tínhamos escutado ser gravada, saiu de maneira tipo assim a mais lenta e compassada das câmeras lentas da rede Globo, quadro a quadro, “ES-TE HO-MEM ERA RE-AL-MEN-TE O FI-LHO DE DE-US”, com quase vinte segundo de fala, eu vi a hora de Allano (vocês estão pensando que ele era sempre calmo assim, é?!) descer da cruz, não pela ressurreição que estava porvir, mas para pegar o Centurião de muro, assim terminamos  a encenação e escutamos de forma tipo assim “nem ti ligo” mais um sermão de Allano e de nossa antiga Coordenadora Solange,  hoje Irmã Solange – Congregação da Irmãs Franciscanas do Bom Conselho/PE.

Mas como sempre tudo que vivenciamos para nós é fruto de ensinamento, percebi que todas as frases da Paixão tem seu primordial ensino, por isso devemos estar em profunda sintonia com Deus para falarmos estas, Allano aprendeu a nos perdoar, da maneira mais difícil, mas perdoar é ação é atitude, e Julinho percebeu que o serviço que lhe foi confiado deve ser realizado com grande compromisso e dedicação e principalmente não deve ser entregue a outra pessoa, pois Deus acredita e capacita aquele que ele escolhe.

Por Marcel Almeida